terça-feira, 18 de dezembro de 2018

MUSEÓLOGO? PARA QUÊ


Por: Maria José dos Santos Alves
Texto enviado pela colaboradora e estagiária voluntário  do Museu Julio de Castilhos



Diz o ditado popular quem vive de passado é museu, mas podemos também dizer   quem vive e está por trás deste passado  é o profissional museólogo , que tem toda uma relevância  dentro do museu, este profissional que tem a formação no curso de museologia existente em diversas  instituições do país e  no dia 18 de dezembro comemoração o seu dia. A assim convidamos o leitor a conhecer um pouco sobre a trajetória referente  criação e todo o desenvolvimento do curso de museologia no Brasil. 
                                                                               


O ramo da museologia começa a tomar forma com as primeiras manifestaçãoes de preocupação com a preservação  do patrimônio brasileiro desde o século XVIII, mostrando pequenos sinais de inquietação, acentuando-se na década de 20, com projetos de lei e proposta de catalogação, mas foi em 1932, com a criação do Curso de Museus, no Museu Histórico Nacional que a profissão começou a se estabelecer de fato. Apenas na década de 1960, o uso do termo “museólogo” tornou-se oficial, por meio do decreto nº 58.800 de 13 de Julho de 1966, onde os alunos do Curso de Museus, ao se formarem, receberiam o diploma de museólogo, mas  a profissão de Museólogo , só seria  regulamentada  através da  Lei nº 7.287 , de 18 de dezembro de 1984 e autoriza a criação do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais de Museologia.
                                                             
                                                                                  


A qualificação para exercer a profissão de museólogo,  está enquadrada nos seguintes quesitos, por exemplo, no Art 2º-I– dos diplomados em Bacharelado ou Licenciatura Plena em Museologia, por escolas ou cursos reconhecidos pelo Ministério da Educação; II – dos diplomados em Museologia por escolas estrangeiras, reconhecidas pelas leis do país de origem, cujos títulos tenham sido revalidados no Brasil, na forma da legislação pertinente;IV – dos diplomados em outros cursos de nível superior que, em 18 de dezembro de 1984, contem, pelo menos, 5 (cinco) anos de exercício de atividades técnicas de Museologia, devidamente comprovados. Art 18. Para o exercício da profissão referida no artigo 2º  em qualquer modalidade de relação trabalhista ou empregatícia, será exigida como condição essencial a apresentação da Carteira Profissional emitida pelo respectivo Conselho.

                                                                                  


É importante saber  as  atribuições da profissão de Museólogo, que consta no Art. 3º  com exemplo nos seguintes itens :  II - planejar, organizar, administrar, dirigir e supervisionar os museus, as exposições de caráter educativo e cultural, os serviços educativos e atividades culturais dos museus e de instituições afins; III - executar todas as atividades concernentes ao funcionamento dos museus; X - dirigir, chefiar e administrar os setores técnicos de Museologia nas instituições governamentais da administração pública direta e indireta, bem assim em órgãos particulares de idêntica finalidade.

                                                                                  


O Código de Ética , referente ao profissional  Museólogo, aprovado em 23 de dezembro de 1992 , tem como objetivo conduzir e ter os seguintes compromissos com a  profissão, como consta por exemplo nos artigos :   Art. 1º  - Estabelecer a forma pela qual os museólogos devem pautar sua atuação, indicando normas de conduta, regulando suas relações com a classe, com os poderes públicos, a sociedade e o público em particular. Artigo 2.º – Compete ao museólogo dignificar a profissão a que pertence com seu mais alto título de honra, tendo em vista a elevação moral e profissional da classe, reconhecida através de seus atos.Art. 3.º – Obriga o museólogo a observar os princípios museológicos, servir à coletividade, respeitar as atividades de seus colegas e de outros profissionais, bem como as leis e normas fixadas para exercício de sua profissão nos Estatutos do Conselho Internacional de Museus – ICOM/UNESCO. Art. 4º nos itens ; b- Ter sempre como princípio à honestidade, o respeito à legislação vigente sobre patrimônio e cultura, devendo assumir posição vigilante no momento da feitura das leis relacionadas na sua área profissional e da criação de novas instituições museológicas ou cursos de formação e aperfeiçoamento vinculados à disciplina museológica; c- Cooperar para o progresso da profissão, trazendo sua contribuição intelectual e material para as atividades profissionais, mediante o intelectual e material para as atividades profissionais, mediante o intercâmbio de informações e apoio às associações de classe, escolas e órgãos de divulgação técnica e científica; f- Combater o exercício ilegal da profissão e denunciar todo ato lesivo à museologia, bem como a expedição de títulos, diplomas, licenças, atestados de idoneidade e outros que estejam nas mesmas condições; j- Defender a profissão, prestigiando suas entidades representativas;

                                                                               
   

   
A singularidade do Museólogo, está em relação a independência  pessoal, ainda assim deve reconhecer que nenhum negócio privado ou interesse profissional está completamente desvinculado dos interesses de sua instituição. É notável a evolução do museólogo como profissional, iniciando na década de 30, com profissionais de formação basicamente técnica, como exemplificado no livro do Curso de Museus, “Introdução à técnica de museus e com o Seminário Regional da Unesco em 1958, ainda com preocupação na área técnica mas já implantando ideias diferentes em relaçao ao enfoque do museu, abordando um novo tema, a função educativa dos museus, assunto que renderia debates e colocação em 1972, com a Declaração de Santiago do Chile, onde apresenta-se o conceito de museu integral, o início de um novo fazer museológico, não mais apenas técnico-administrativo, mas consciente de sua função social.

                                                         
                        
O desafio de se profissionalizar enquanto museólogo,  esta em ser  um profissional engajado, estar ciente do que é ser museólogo, suas competências, proibições, e deveres como agente cultural e  ser um profissional em movimento, compreendendo que sua função do presente é superar a imagem de um profissional excessivamente conservador e arcaico, mas não apenas se desvinculando do conceito de museu atual, mas sim agregando novos valores a essa instituição, sempre tendo em mente que o museu é uma instituição de seu tempo ,  segundo Mario Chagas ( 2006) “tanto poderá ser a imagem conformadora, cristalizada em conteúdos e práticas regressivas, quanto poderá ser a imagem transformadora, projeta no aqui e agora , no devir da sociedade “.  Assim podemos ter a certeza da importância do profissional Museólogo, que está diretamente ligado  ao comprometimento com : preservação, pesquisa e comunicação do museu e  sempre conectado com uma sociedade em movimento.     




Referências:
ARAÚJO, Marcelo Mattos; BRUNO, Maria Cristina Oliveira (org.). A Memória do Pensamento Museológico Contemporâneo. São Paulo: Comitê Brasileiro do ICOM, 1995.
BRASIL. Lei n.7.287 de Dezembro de 1984. Dispõe sobre a Regulamentação da Profissão de Museólogo. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7287.htm>. Acesso em: 27 maios 2015.
COFEM/BRASIL. Código de ética profissional do museólogo. Disponível em: <http://cofem.org.br/?page_id=22#codetica>. Acesso em: 27 maios 2015


terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Arno Philipp



Arno Philipp nasceu em Zwickau, Saxônia, Alemanha, em 11 de janeiro de 1870 e faleceu em Porto Alegre em 31 de outubro de 1930.
Foi educadormilitarescritortradutorjornalista e político teuto-brasileiro. Ele foi um dos primeiros especialistas em esperanto do Brasil, juntamente com Francisco Valdomiro Lórenz, tendo respondido ao chamado impresso no final do Unua Libro (Primeiro Livro), o livro básico do esperanto, a língua internacional, publicado por L. L. Zamenhof, em 26 de julho de 1887.
Filho de August Ludwig Philipp e Ida Louise Grimm, casou-se em 1895 com Margareta Wolf, com quem teve três filhos: Ruth, Paul e Hans. Frequentou o Ginásio Real de Zwickau. Era luterano e chegou ao Rio Grande do Sul em 1889. Em viagem de passeio, porém, resolveu radicar-se em Porto Alegre. Recebeu diploma de professor normalista em 1892 e, a partir de 1900, trabalhou no Colégio Julio de Castilhos.
Quando jovem estudante ingressou no jornal Deutsche Zeitung, na época o jornal alemão mais antigo da América do Sul. Foi discípulo de Wilhelm Schweitzer em matéria de redação, quando esse retornou à Europa em 1893, assumiu o posto de redator-chefe do jornal, cargo que exerceu até 1917, quando cessaram todas as atividades jornalísticas em língua alemã no Brasil devido à Primeira Guerra Mundial. Em seus primeiros anos de trabalho, seu foco era informar os leitores sobre acontecimentos relativos à Revolução Federalista. Este jornal foi o único da comunidade alemã que apoiava as medidas do governo gaúcho durante esse episódio da história rio-grandense.



Em 1897, acompanhou Julio Prates de Castilhos em três viagens pelo interior, visitando as cidades de Caxias do Sul, Santa Cruz e Ijuí, sendo convidado para entrar na política, tornando-se um dos mais dedicados colabores de Julio de Castilhos. Nestas viagens, Arno Philipp era a pessoa mais indicada para expor a Julio os problemas da zona de colonização alemã.
Foi deputado provincial eleito em 1905, tendo sido reeleito sucessivamente até 1928, quando abandonou a política por problemas de saúde. Fez parte da nominata governista a pedido de Borges de Medeiros. Durante esse período, Arno Philipp foi o único alemão naturalizado brasileiro que exerceu um mandato político. Na carreira militar, chegou à patente de tenente-coronel da Brigada.
Traduziu para o alemão várias obras de José de Alencar e do Visconde de Taunay, como “Inocência”, “As minas de prata”, “O tronco do ipê”, “Cinco minutos” e “A viuvinha”. “Inocência” foi editado, em três volumes, pela Editora Rotermund, enquanto as outras traduções acham-se dispersas nos diversos jornais e almanaques da época. 
Também publicou vários trabalhos em língua alemã, entre novelas, contos humorísticos, contos para crianças e sobre motivos folclóricos brasileiros, com o fim especial de se tornar conhecido na Alemanha. Em 1924, elaborou e organizou grande parte da publicação comemorativa ao primeiro centenário da imigração alemã no Rio Grande do Sul.

 Pesquisa e texto: Claus Farina - Historiador/Analista em Assuntos Culturais
Fontes:
Wikipédia
Jornal Diário de Noticias 27/03/2018
Jornal Folha das Máquinas 13/11/2018
Consultado em 27/11/2018